Despejo de esgoto na Lagoa de Marapendi: um absurdo que já não se pode ignorar
- Revista Real Notícias
- 18 de jun.
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É inconcebível que, em pleno 2025, ainda se tolere o despejo de esgoto in natura em um ecossistema tão vital quanto a Lagoa de Marapendi, na Barra da Tijuca. Em frente ao Condomínio Santa Helena situado a rua Prefeito Dulcídio Cardoso, Parque das Rosas, um dos pontos mais valorizados do bairro, o esgoto corre livremente para as águas da lagoa, como se fosse parte do cenário urbano — mas não é. Trata-se de um crime ambiental contínuo, vergonhosamente visível e, ainda assim, tratado com a apatia de quem já naturalizou o inaceitável.
Um leitor e morador da região, que preferiu não se identificar, registrou em vídeo no dia 16 de junho de 2025 uma cena revoltante: uma saída de esgoto a céu aberto despejando de forma contínua e visível diretamente na Lagoa de Marapendi, em frente ao Parque das Rosas.
O caso da Lagoa de Marapendi simboliza muito mais do que uma falha técnica. É um retrato fiel da negligência institucional com o meio ambiente, mesmo em regiões de alto padrão socioeconômico. Se isso acontece diante dos olhos de milhares de moradores e visitantes da Barra da Tijuca, o que dizer das áreas menos visíveis da cidade? A falta de ação diante dessa situação expõe a ineficiência das autoridades ambientais e urbanas e o desprezo pela saúde pública e pela qualidade de vida.
Enquanto se investe em grandes empreendimentos e fachadas modernas, o básico — saneamento, fiscalização, compromisso ambiental — continua sendo ignorado. E pior: há silêncio. Silêncio por parte das autoridades, das concessionárias, de quem deveria zelar por esse patrimônio natural. A população, por sua vez, muitas vezes se vê sem ferramentas para reagir, limitada a registrar vídeos e fazer denúncias que raramente geram resultados concretos.
É hora de romper com essa passividade. A sociedade precisa exigir respostas, cobrar ações efetivas e tratar a poluição da Lagoa de Marapendi como o que ela é: um atentado ao meio ambiente e à dignidade urbana. Não se trata de “um problema distante” ou “apenas visual”. Trata-se de saúde, de responsabilidade coletiva e de respeito ao território em que vivemos.
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