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Foto do escritorRevista Real Notícias

Herpes zoster: projeto da vacina está parado na Câmara

Matéria tramita desde setembro do ano passado. Atualmente, imunizante contra a doença só pode ser aplicado no sistema privado — um dos fármacos é disponibilizado em duas doses, que podem chegar a R$ 1,7 mil





Um projeto que inclui a vacina contra a herpes zoster no calendário nacional de imunização do Sistema Único de Saúde (SUS) tramita na Câmara dos Deputados desde setembro do ano passado. Atualmente, o fármaco só pode ser aplicado no sistema privado. Segundo sites de laboratórios e clínicas que oferecem o imunizante em São Paulo, o custo das duas doses pode chegar a R$ 1,7 mil.


No último dia 6, o projeto de autoria do ex-deputado Ney Leprevost foi retirado da pauta da reunião da Comissão de Saúde a pedido do deputado Jorge Solla (PT-BA). Isso foi apenas um dia antes de a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) ser internada em um hospital de Brasília com um quadro de paralisia facial, em decorrência de uma infecção no ouvido causada pelo vírus varicela-zóster, que causa a doença.



O vírus é o mesmo da catapora e, por isso, se manifesta no corpo com pequenas bolhas que coçam e ardem, também conhecidas popularmente por "cobreiro". As lesões aparecem geralmente no tronco, mas também podem surgir nos braços e nas pernas ou, mais raramente, nos ouvidos. As dores costumam ser locais, porém muito intensas.


Se aprovado, o projeto, ao incluir a vacina no calendário nacional do SUS, também permitirá que o acesso seja gratuito para as pessoas que cumprirem os requisitos a serem regulamentados. Atualmente, o imunizante é recomendado para pessoas com mais de 50 anos, ou adultos a partir de 18 que estejam no grupo de risco para contraírem a doença, como as imunossuprimidas.



Imunizantes


No Brasil, há duas vacinas contra a doença: a Zostavax e a Shingrix. A primeira é aplicada no país desde 2014. A vacina herpes zoster recombinante (Shingrix) segue um esquema de duas doses separadas por um intervalo de dois meses.


O dermatologista Joaquim Xavier, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, explica que a queda da imunidade corporal é uma das causas que facilitam a reativação do vírus. "O vírus da catapora pode dar catapora e herpes zóster. Ele é primo da herpes simples e tem uma característica de ir e voltar. Se a pessoa teve catapora e foi vacinada, o vírus volta como herpes zoster. Se a defesa para o vírus da herpes zoster baixar, pode reaparecer e depois dos 50 e 60 anos de idade, esse risco de reaparecimento aumenta", observou.



Segundo Xavier, a dor é o sintoma mais importante no herpes zoster, que costuma aparecer antes das lesões e pode persistir por várias semanas. A complicação da doença é conhecida por nevralgia pós-herpética. (Colaborou Isabel Dourado, estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi)

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