Foi ali em um daqueles ensaios técnicos da Escola de Samba Estácio de Sá, realizado na semana que precedeu o Carnaval, que o Barão teve a honra de conhecer um brasileiro autêntico, de raiz, como se diz. Era o Joel Toledo, presidente da Nova Geração do Estácio, escola mirim que hoje conta com aproximadamente 700 crianças. Ele é daqueles que endossam o velho ditado que diz que “filho de peixe, peixinho é”.
Criado no Morro do São Carlos, berço do samba onde inclusive surgiu a primeira escola de samba do país, a Deixa Falar, Joel é filho de um ícone do samba, o Xangô do Estácio, considerado o embaixador do Morro do São Carlos e que, inclusive, em 1987 ganhou o Estandarte de Ouro de personalidade masculina na passarela.
Xangô respirava samba, criou vários blocos de carnaval como o da Mineira e fundou a primeira escola mirim do morro, a Sementinha do Estácio, lembra Joel que trabalha como gari na Comlurb e não conta com nenhum apoio institucional para manter seu projeto social.
Mas sua missão, como ele mesmo diz, é dar continuidade ao trabalho iniciado pelo pai, falecido em 1995. E hoje, além de preparar a garotada para o desfile da avenida, Joel – a quem tive o prazer de ser apresentado por um de seus maiores incentivadores, o Cel. França, presidente de honra da Estácio de Sá – desenvolve ainda oficinas de percussão e adereços para 150 crianças. O resultado desse trabalho pode ser medido em números: 70% dos ritmistas da escola grande, a Estácio de Sá, vieram da mirim. Olha que bacana! E obrigado França, por ter me colocado de frente a um brasileiro nato como o Joel Toledo, raridade nesses tempos bicudos de brasilidade.
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