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Leilão do túnel Santos-Guarujá, o primeiro submerso do Brasil, acontece nesta sexta-feira

Projeto ligará as cidades do litoral paulista, com investimento estimado em aproximadamente R$ 6,8 bilhões, e deve ser concluído até 2030. Leilão será na sede da B3, em São Paulo, e terá disputa de duas empresas estrangeiras.


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O leilão do primeiro túnel submerso do Brasil, que ligará as cidades de Santos e Guarujá, acontece nesta sexta-feira (4), na sede da B3, em São Paulo, a partir das 16h.


O investimento está estimado em R$ 6,8 bilhões, e duas empresas tiveram suas propostas consideradas regulares, estando aptas a participar do leilão: Acciona Concesiones (Espanha) e Mota-Engil (Portugal).


O projeto deve se tornar a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Dos 1,5 km de extensão, estima-se que pelo menos 870 metros sejam submersos. A tecnologia do túnel imerso é inédita no Brasil, mas já consolidada em obras na Europa e na Ásia.


Segundo o edital, as obras devem ser concluídas até 2030. Espera-se que o túnel permita o tráfego de veículos de passeio, transporte público, caminhões, bicicletas e pedestres. Hoje, cerca de 78 mil pessoas atravessam diariamente entre as duas margens usando barcos pequenos e balsas.


A empresa vencedora será aquela que oferecer o maior desconto sobre a parcela mensal paga pelo poder público durante a concessão. Em caso de empate, poderá ocorrer uma rodada de lances ao vivo. O contrato terá duração de 30 anos.


O túnel será realizado por meio de uma parceria entre os governos estadual e federal, com participação da iniciativa privada — que será responsável pela construção, operação e manutenção da estrutura.


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Projeto centenário


A construção de um túnel entre os dois municípios é discutida há quase 100 anos. O primeiro projeto foi elaborado em janeiro de 1927, quando Júlio Prestes era governador de São Paulo, com um plano apresentado pelo engenheiro Enéas Marini.


Sem avanços por décadas, o projeto voltou a ser discutido, e o edital foi lançado no início deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em parceria com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).


A obra é considerada histórica e estratégica para a mobilidade regional, e já foi alvo de disputa de protagonismo entre os governos estadual e federal: tanto Lula quanto Tarcísio destacaram o projeto como uma conquista de suas gestões.


Em geral, os discursos políticos adotavam um tom de colaboração institucional. No lançamento do edital, após Tarcísio agradecer e elogiar Lula pelo compromisso com a obra, o presidente ressaltou que a boa relação é essencial para que o projeto avance.


“Não é possível a gente deixar de trabalhar de forma conjunta, de compartilhar esforço, porque eu não gosto de fulano, o fulano não gosta de mim", disse o presidente na época.


Mais recentemente, porém, em manifestações para as próprias bases de eleitores e nas redes sociais, um cita a obra sem mencionar o outro.


Acontece que, além de ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro, Tarcísio é ventilado como possível candidato na campanha presidencial de 2026.


Como será feita a construção do túnel?

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Segundo o governo, diferentemente dos túneis escavados em rocha — como os de metrô —, o modelo submerso que ligará Santos e Guarujá será composto por grandes blocos de concreto, pré-moldados em docas secas e dotados de câmaras internas de ar.


“Cada peça é construída em terra firme, testada e depois transportada por flutuação até o local de instalação. Lá, os blocos são cuidadosamente afundados, encaixados no leito do canal e protegidos por camadas de areia e pedras”, informou o Ministério

de Portos e Aeroportos.


A escolha dessa técnica considerou principalmente o solo da região. Composto por argilas moles e sedimentos fluviais, ele não oferece estabilidade suficiente para escavações profundas.


“Além disso, o túnel imerso apresenta vantagens ambientais e urbanas, exigindo menos desapropriações, reduzindo o impacto visual e permitindo uma execução mais rápida e eficiente”, afirmou o ministério em nota.

A pasta acrescentou que a construção de uma ponte foi descartada devido às restrições da Base Aérea de Santos e ao intenso tráfego de navios no canal portuário.


Entenda o passo a passo da construção


De acordo com o ministério, o processo de construção do túnel seguirá “etapas rigorosas para garantir precisão e segurança”.


  • 1ª etapa:


O primeiro passo envolve a preparação do leito: será realizada uma escavação no fundo do canal e aplicada uma base de concreto. Nessa fase, também serão construídos os módulos, que passarão por testes de vedação e resistência.


  • 2ª etapa


Na segunda etapa, rebocadores transportarão os módulos até o ponto exato em que serão submersos, de forma controlada.

“A água será bombeada para afundar as estruturas gradualmente, sob monitoramento eletrônico. Uma vez posicionados, os blocos serão encaixados e nivelados com o auxílio de sistemas hidráulicos, fixados com pinos de aço e assentados sobre um leito de areia”, disse o ministério.


  • 3ª etapa


Por fim, a construtora recobrirá toda a estrutura com uma camada de pedras, destinada a proteger o túnel contra impactos e movimentações naturais das correntes marítimas.

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