Os subprefeitos Raphael Lima (Barra, Recreio e Vargens) e Talita Galhardo (Jacarepaguá) comentaram sobre o assunto
Um dos principais problemas da atualidade é a desigualdade social. Ela é agravada pela grande quantidade de pessoas desempregadas atualmente. Esse número no desemprego tem caído, mas continua sendo bastante alto, e uma das consequências deste fato, é o aumento no número de pessoas vivendo em situação de rua. Na região da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, é quase que impossível ver um viaduto, onde não haja pessoas vivendo embaixo das marquises em situações sub-humanas. Essa é uma realidade também nas vias de Jacarepaguá.
O JB procurou as Subprefeituras das duas regiões, e conversou com a subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo, e o Subprefeito da Barra, Recreio e Vargens, Raphael Lima, para saber o que vem sendo feito para diminuir essa realidade.
Afinal, não são todos os moradores de rua, que estão envolvidos com drogas ilícitas e o aumento da criminalidade. Porém, o crescimento desenfreado que essas regiões têm enfrentado, trazem para o morador e transeunte a sensação de insegurança.
Nas reuniões do 31º CCS (Conselho Comunitário de Segurança), a questão foi tocada pelos moradores da região, que relataram que essas pessoas ficam nos sinais e andando no meio dos carros. Contudo, entre os pedintes tem sempre alguns que aproveitam para cometer pequenos furtos, como o roubo de celulares dos motoristas que circulam de janelas abertas e de pedestres que estão passando pelas ruas do bairro.
Mas o que a Prefeitura do Rio tem feito para controlar essa questão?
O Subprefeito, Raphael Lima, comentou sobre as ações de abordagem realizadas pelos agentes sociais: “A Subprefeitura da Barra acompanha a maioria das ações de abordagem e acolhimento realizadas pela Secretaria de Assistência Social na nossa região. Desde o início de 2021, temos constatado que grande parte das pessoas que estão dormindo nas ruas da Barra da Tijuca possuem residência, mas preferem ficar no bairro para auferir renda na rua”, disse ele.
Raphael ainda comenta sobre a recusa dessas pessoas em irem para abrigos e o que acontece quando elas aceitam: “Quase sempre os abordados recusam acolhimento, e aqueles que aceitam, são encaminhados para os abrigos e para projetos específicos de empregabilidade e apoio na aquisição de documentos e inclusão no Cadastro Único”, finalizou.
O Cadastro Único, ou CadÚnico como também é popularmente conhecido, é um instrumento coordenado pelo Ministério da Cidadania que tem como objetivo identificar e caracterizar as famílias brasileiras de baixa renda, sendo também pré-requisito para participação em mais de 30 programas e serviços disponibilizados, como por exemplo, o Bolsa Família, que até dezembro de 2022 (quando ainda se chamava Auxílio Brasil) atendia 6,46 milhões de famílias, que recebiam, juntas, R$ 3,91 bilhões. Esse valor sofreu reajuste, e atualmente famílias com crianças de até 6 anos, e que cumpram os requisitos, recebem até R$ 150 a mais no valor mensal, tornando o cálculo ainda maior que o de dezembro.
Quem também sofre bastante com essa questão é Jacarepaguá. Um ponto bem vulnerável fica na saída da Cidade de Deus, e na entrada da Linha Amarela. A região abriga diversas pessoas em situação de rua, e muitos deles são usuários de drogas, o que torna a localidade bem sensível e complexa.
A Subprefeitura de Jacarepaguá informa que realiza continuamente ações de abordagem às pessoas em situação de rua, na região citada, porém a legislação em vigor não permite o acolhimento compulsório. A subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo, conta que até hoje foram realizadas centenas de ações com proposta de acolhimento. “Nós atuamos em conjunto com a Secretaria de Assistência Social (SMAS). A equipe de educadores sociais oferece assistência, preenchimento de fichas para a inscrição nos programas da Prefeitura do Rio e acolhimento para as Unidades de Reinserção Social (URS)”, disse Talita.
“Atualmente a Prefeitura do Rio possui vagas em URS com camas, banheiros, quatro refeições diárias e demais auxílios, porém muitos indivíduos quando abordados não aceitam a oferta e preferem continuar vivendo nas ruas”, explica Talita, destacando ainda que o ideal é não ofertar “quentinhas” para estas pessoas, pois isso faz com que muitos permaneçam no local. “Sugiro que os altruístas façam as obras de caridade em locais específicos, como abrigos e igrejas, e não próximo a lugares com este tipo de problema”, finaliza a Subprefeita.
Invasões irregulares e tráfico de drogas
Essas invasões e o atual cenário criminal da cidade com a guerra de ocupação das comunidades entre traficantes e milicianos é um problema de fora da Barra, mas que com o tempo poderá fazer parte do bairro. Conhecido como uma ligação entre a Estrada dos Bandeirantes e a Barra, a Estrada do Urubu sempre foi uma rota alternativa para quem quisesse fugir do trânsito por um caminho mais rápido.
Contudo, a chegada do tráfico de drogas na região fez com que o local se tornasse, assim como o viaduto da Cidade de Deus, uma Cracolândia no caminho entre os bairros. Sendo assim, o que antes era uma rota alternativa, agora se tornou em um local a ser evitado. Porém tanto a Estrada do Urubu, como o viaduto da CDD são de fato elos entre Jacarepaguá e a Barra, o que futuramente poderá trazer transtornos para o bairro.
Um grupo de moradores da Barra da Tijuca também têm usado a internet, desde quinta-feira (16), para denunciar a invasão de uma área de proteção ambiental, entre a Praia da Reserva e o Condomínio Mundo Novo, na Zona Oeste do Rio. De acordo com o alerta, os supostos invasores tomaram posse de um terreno e iniciaram a construção de barracos.
A publicação da denúncia diz:
Moradores que visitaram o local foram surpreendidos com cães de guarda que tentaram avançar sobre os moradores e os mesmos sofreram tentativas de intimidação por parte dos invasores, o que impediu que fosse possível avaliar a dimensão do estrago ambiental.
A Prefeitura do Rio, por meio da Subprefeitura da Barra da Tijuca e da Secretaria Municipal de Ambiente e Clima, confirma que recebeu as denúncias e disse que enviou uma equipe de fiscalização para o local, no último dia 17, entretanto, os agentes não identificaram nenhuma irregularidade ou crime ambiental.
De acordo com os agentes, as moradias denunciadas são de um grupo familiar que reside no terreno, que faz parte do Parque Natural Municipal do Marapendi, há cerca de pelo menos 30 anos. Durante a vistoria, os agentes não identificaram indícios de expansão ou de desmatamento.
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