Imagina trabalhar 4 dias por semana e folgar nos outros 3 para curtir a vida? É isso que o Reino Unido vai começar a testar começam nos próximos dias.
A intenção é ajudar as empresas a reduzir suas jornadas de trabalho sem cortar salários, ou renda. E de quebra, melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
E pelo jeito é realmente uma tendência. Testes semelhantes já foram realizados na Espanha, Islândia, Estados Unidos e Canadá, e estão programados para começar em agosto na Austrália e Nova Zelândia.
6 meses de teste
Alex Soojung-Kim Pang, diretor de projetos da 4 Day Week Global, o grupo que apoia os testes, diz que período de seis meses no Reino Unido beneficiará as empresas com mais tempo para experimentar e coletar dados.
A Pressure Drop, acredita que a mudança vai aumentar a produtividade e o bem-estar dos funcionários, ajudando a reduzir a pegada de carbono da empresa.
A expectativa é de que uma semana de trabalho mais curta possa atrair novos funcionários e reter os melhores no Reino Unido, onde o desemprego está em seu nível mais baixo em quase 50 anos, com um número recorde de vagas: 1,3 milhão, acima do número de candidatos.
A adaptação
Uma semana de trabalho mais curta é mais fácil de implementar nos serviços, e o Reino Unido tem uma vantagem nesse aspecto, com este setor respondendo por 80% do seu PIB.
Mas para setores como varejo, alimentos e bebidas, é mais complicado, acrescenta Jonathan Boys, economista do Institute for Personal Development, uma associação de recursos humanos.
Ele acredita que o maior desafio será medir a produtividade, especialmente dos serviços, onde grande parte do trabalho é qualitativo e menos fácil de quantificar do que a produção da fábrica.
Produtividade maior
Mas para Aidan Harper, coautor de um livro que promove a semana de trabalho de quatro dias (“The Case for a Four Day Week”), países que trabalham menos tendem a ter maior produtividade.
“Dinamarca, Suécia e Holanda trabalham menos que o Reino Unido e têm altos níveis de produtividade”, destaca. Já a Grécia é um dos países da Europa com mais horas de trabalho, porém com baixa produtividade, segundo ele.
Phil McParlane, da empresa de recrutamento 4dayweek.io, especializada em jornadas flexíveis e quatro dias por semana, diz que o número de empresas que pretendem contratar através da sua plataforma passou de 30 para 120 nos últimos dois anos, refletindo a aumento da flexibilização do trabalho e busca por melhor qualidade de vida após dois anos da pandemia.
Será que a ideia pegaria aqui no Brasil?
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