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Trabalhadores da orla reagem a decreto que proíbe música ao vivo e restringe ambulantes

Ambulantes e barraqueiros ocuparam duas faixas da Avenida Atlântica, em Copacabana, em protesto contra as novas regras impostas pela Prefeitura do Rio de Janeiro para a orla da cidade. O ato, que aconteceu na altura do hotel Copacabana Palace, no sentido Ipanema, bloqueou parcialmente o trânsito, que precisou ser desviado para a Rua Barata Ribeiro.


O estopim da manifestação foi um decreto publicado há 10 dias, que entrará em vigor no próximo dia 1º de junho. Entre as medidas previstas estão a proibição de música ao vivo nos quiosques, a vedação da venda de bebidas em garrafas de vidro (tanto nos quiosques quanto nas barracas) e a exigência de cadastro prévio para que ambulantes possam trabalhar na faixa de areia.


De acordo com os manifestantes, muitos trabalhadores já tentaram se cadastrar junto à prefeitura, mas não conseguiram atendimento. “A gente quer trabalhar, só isso. Fomos até lá e não tivemos resposta. Se não nos cadastrarem, como vamos sustentar nossas famílias?”, questionou um dos ambulantes presentes no protesto.


O clima é de incerteza entre os trabalhadores informais que, tradicionalmente, tiram seu sustento do movimento intenso da orla carioca, especialmente durante os meses de outono e inverno, quando o turismo ainda se mantém aquecido.


As novas restrições também provocaram reação do setor formal. A Orla Rio — concessionária responsável pela administração dos quiosques — e o sindicato que representa bares e restaurantes já se posicionaram contra a proibição da música ao vivo. Segundo a Orla Rio, esse tipo de atração aumenta em mais de 10% o ticket médio dos quiosques e tem papel decisivo na manutenção de empregos, especialmente na baixa temporada.



Bruno de Paula, empresário e sócio de cinco quiosques na orla, enfatizou a importância da música como estratégia de atração e geração de renda: “A questão de não ter música é primordial para todos os quiosques. Não só como atrativo para turistas, mas como geração de empregos. São mais de 550 músicos por mês que a gente contrata.”


A prefeitura, por sua vez, argumenta que as medidas visam garantir mais segurança, conforto e organização para os frequentadores da praia e para os próprios trabalhadores. A administração municipal ainda não comentou oficialmente sobre a dificuldade relatada por ambulantes em se cadastrarem para trabalhar legalmente na areia.


Enquanto o impasse permanece, cresce a tensão entre os trabalhadores informais, empresários do setor e o poder público. Com a data de implementação das novas regras se aproximando, os próximos dias prometem ser decisivos para o futuro da atividade comercial na orla carioca — um dos cartões-postais mais icônicos do país.

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