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Rússia lança míssil hipersónico, a "inovação promissora" de Putin

Atualizado: 5 de ago. de 2021

O Kremlin assegura estar a ultrapassar os exércitos mais avançados do mundo com a nova geração de armas, muitas das quais testadas durante a guerra na Síria.



Em março de 2018, Vladimir Putin anunciou uma série de novas armas, num discurso marcado pela retórica agressiva. "Agora precisam de ter em conta uma nova realidade e compreender que tudo o que eu disse hoje não é um bluff", disse então em referência aos Estados Unidos e aliados, apesar de alguns analistas ocidentais terem reagido sem surpresa perante as imagens de animação de um míssil balístico intercontinental "praticamente com alcance ilimitado" e capaz de contornar qualquer sistema antimíssil.



Um ano depois, perante os deputados e senadores, o presidente russo revelou o Zircon, "uma inovação promissora": um míssil hipersónico, isto é, capaz de voar a baixa altitude e a velocidade várias vezes superior à do som, que pode ser lançado tanto debaixo de água como no solo, atingir velocidades de aproximadamente Mach 9, e atingir um alvo a mais de mil quilómetros de distância. "Os nossos colegas norte-americanos já tentaram obter superioridade militar absoluta com o seu projeto de defesa antimíssil global. Eles precisam de parar de se iludir a si próprios. A nossa resposta será sempre eficiente e eficaz", comentou então Putin.




O Zircon ainda não alcançou as capacidades propaladas pelo líder russo. Na segunda-feira, o Ministério da Defesa da Federação Russa informou que a nova arma "atingiu com sucesso um alvo diretamente a um alcance de mais de 350 quilómetros" e que "a velocidade de voo atingiu quase Mach 7". O míssil foi lançado do navio Almirante Gorshkov, no mar Branco, e aterrou no mar de Barents.


O míssil terá sido submetido a vários testes recentes e em outubro último Putin descreveu um dos disparos de teste como "um grande acontecimento não só na vida das forças armadas mas de toda a Rússia". O Ministério da Defesa disse que planeia equipar navios de guerra e submarinos com o Zircon.


"Estamos a ultrapassar muitos exércitos avançados do mundo no desenvolvimento de novos armamentos", disse o vice-secretário do Conselho de Segurança russo.


O reequipamento e renovação das forças armadas tem sido uma das prioridades de Vladimir Putin. No discurso de 2018 lembrou que o armamento estava a tornar-se obsoleto e as forças armadas "num estado lamentável" quando chegou ao poder, em 1999. "Ninguém queria realmente falar connosco sobre o cerne do problema [equilíbrio entre armas nucleares], e ninguém nos queria ouvir. Portanto, ouçam agora".


O líder russo queixa-se de que a colocação de sistemas antimíssil na Europa de leste não é mais do que um subterfúgio para poder lançar mísseis de cruzeiro e atingir Moscovo em menos de uma dúzia de minutos. "Sabem muito bem que não é por causa deles", respondeu a então porta-voz do Pentágono, tendo apontado para o perigo de Estados párias como a Coreia do Norte ou o Irão.

Com Putin na chefia do governo ou na presidência, a Rússia dedicou sempre mais de três por cento do PIB à defesa (em 2017 atingiu 5,4%). Se os oficiais já se orgulhavam da frota de submarinos nucleares, do tanque T-14 Armata ou do avião de caça SU-57, mais ficam com o desenvolvimento desta nova geração de armas em que se inclui o Zircon, e da qual consta o míssil intercontinental Sarmat, que pode transportar a ogiva hipersónica Avangard; o míssil balístico hipersónico Kinzhal, que pode efetuar manobras evasivas; a arma a laser Peresvet; o veículo subaquático não tripulado Poseidon, de propulsão nuclear e "de alcance ilimitado"; e o Burevestnik, míssil de cruzeiro a propulsão nuclear. Sobre este último, analistas ocidentais associaram-no a uma explosão mortal num local de testes no norte da Rússia, em 2019.


Síria é palco de testes


Os russos alegam inclusive que estão a atingir a superioridade militar. "Estamos a ultrapassar muitos exércitos avançados do mundo no desenvolvimento de novos armamentos com um orçamento de defesa muito menor", declarou o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Mikhail Popov. As forças armadas russas, afirmou, "estão prontas para o combate, são móveis, modernas, compactas e capazes de lidar com as tarefas que lhes são atribuídas em quaisquer condições. Isto foi provado pela força aérea russa na Síria e pela operação de manutenção da paz russa na zona de conflito Arménia-Azerbaijão", disse em entrevista citada pela agência Tass.


Uma revelação curiosa, no mínimo, relacionada com a guerra na Síria, ouviu-se na semana passada da boca do ministro da Defesa, Sergei Shoigu. Durante uma visita à empresa de helicópteros Rostvertol, Shoigu disse aos funcionários que as forças armadas testaram 320 armas diferentes no terreno, "incluindo, já agora, quatro helicópteros". O ministro e general concluiu: "Um dos helicópteros que vimos é o resultado da operação na Síria. Agora temos essas armas, graças à operação na Síria."

cesar.avo@dn.pt

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